sexta-feira, 27 de novembro de 2009

NOTICIA NO JORNAL RECORD


António Matias surpreendeu o poker nacional ao sair vencedor do PokerStars European Poker Tour de Vilamoura, naquela que foi mais uma página escrita a letras de ouro na história da modalidade em Portugal.
Aos 54 anos, o setubalense que reside em Angola, foi o mais forte de um field bem composto e onde constavam alguns dos melhores jogadores do mundo
Bertrand Grospellier, Dário Minieri, Luca Pagano, Peter Eastgate, Jason Mercier ou Vanessa Rousso tiveram passagens meteóricas pelo Casino de Vilamoura e das suas eliminações precoces não reza a história.
Em evidência estiveram os jogadores nacionais que com oito representantes In The Money bateram mais um recorde, coroado com a presença de dois "players" na Final Table do Main Event do torneio mais importante alguma vez realizado no país.
António Matias e João Silva foram os heróis que levaram a bandeira nacional à mesa mais ambicionada de Vilamoura e o primeiro soube erguê-la bem alto, arrecadando o primeiro prémio e deixando pelo caminho figuras de renome como Antony Lellouche ou Jeff Sarwer.
"Sem sorte não se vai a lado nenhum", revelou António Matias levantando um pouco o véu sobre a receita que o levou a saborear um belo pote. "Dou-lhe um exemplo: na mão final joguei com 7 e 8, porque era impossível fazer o Neuville sair da toca. Depois saiu 7 e 8 no flop. O Neuville tem valete e 10 e, se em vez de virar outro 7 e eu fazer full house, sai um 9, ele faz sequência e dobrava a stack", alertou o português, concluindo: "Portanto, a sorte também tem muito a ver com as performances de um jogador. Naquela situação nem queria fazer full house. Já só queria que não virasse nada para ele porque eu, com dois pares, estava à frente."

Matias considera que a sorte pode ser determinante, mas avisa que não é o único factor a ter em conta. Pelo contrário, existem outras condiconantes que, aliadas, podem fazer mossa na stack do adversário: "Tirando a sorte, é preciso ter cartas para jogar, saber o que fazer com elas, saber ler os outros jogadores. O Sarwer, por exemplo, de cada vez que tinha bom jogo colocava as duas mãos assim", explica Matias esticando os braços para a frente assentando-os em paralelo sobre a mesa. "Uma mão em cima das cartas e outra ao lado. É nisso que temos de reparar. Eu não tinha reparado nisso, mas foi uma dica transmitida pelo senhor que está atrás de si", revela o economista, aludindo a Rumen Nanev que, em conjunto com "Dr. Machine", acompanharam a par e passo a evolução de Matias neste EPT.
Com a vitória no bolso e logo no primeiro torneio que disputou "in loco", António Matias ficou indeciso e já nem sabe onde prefere jogar: "Vencer este torneio se calhar vai levar-me a ir a outros. Se tivesse sido eliminado no 1.º dia não ia a mais nenhum. Mas neste momento, depois de ter vencido o EPT de Vilamoura, provavelmente irei a outros. Porque nunca tinha vindo a um torneio grande, porque me senti muito bem e, depois de ver os jogadores que são os que normalmente rodam estes torneios todos, não vejo porque não possa lá ir e, porque não, ganhar outro."

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